terça-feira, 28 de julho de 2009

Ahmadinejad muda tom e pede libertação de manifestantes presos

colaboração para a Folha Online

O presidente do Irã, o ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, pediu nesta terça-feira a libertação até o dia 7 de agosto dos manifestantes detidos durante protestos da oposição após sua reeleição, no pleito de 12 de junho.

Conheça os indícios da suposta fraude na eleição
Líder supremo está acima do presidente; entenda
Golpe e revolução marcam o último século no Irã
Correntes alternam-se na Presidência desde 1979

"Na medida em que já houve um lapso de tempo significativo desde a detenção deles, esperamos que a situação de todos os acusados seja examinada rapidamente", afirmou o presidente em carta enviada ao chefe do poder judiciário, Mahmud Hashemi Shahrudi.

Na missiva, Ahmadinejad pede a Shahrudi que "mostre, em nome do Islã, o máximo de compaixão para os que acabaram seguindo esse caminho, e os liberte por ocasião do aniversário do nascimento do imã Mahdi", no dia 7 de agosto.

O presidente iraniano acusou "grupos políticos internos" de terem incentivado estas manifestações "com o apoio e a propaganda dos inimigos estrangeiros".

A polícia, a Guarda Revolucionária e a milícia Basij detiveram mais de 2.500 pessoas durante os protestos que se seguiram à eleição, que deu a vitória ao presidente ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad por 63% dos votos, contra 34% do líder da oposição, Mir Hossein Mousavi, que afirmou que o pleito foi fraudado.

A última informação oficial, divulgada há semanas, indicava que cerca de 500 pessoas continuavam presas.

Entre os detidos estão jovens, assim como políticos pró-reforma, ativistas, jornalistas e advogados. Ao menos 20 pessoas foram mortas, segundo a polícia, apesar de grupos de direitos humanos dizerem que o número é maior.

Evin

Nesta terça-feira, um comitê parlamentar que investiga as condições dos prisioneiros visitou a prisão de Evin --a principal de Teerã-- e, durante a visita, 140 detentos ligados aos protestos foram libertados, disse Kazem Jalili, porta-voz do grupo, segundo a agência de notícias semioficial Isna.

Outros 150 permaneceram em Evin porque portavam armas quando foram detidos.

Na segunda, o presidente do Judiciário iraniano, o aiatolá Mahmoud Hashemi Shahroudi, prometeu que a promotoria pública iria revisar a situação dos presos durante os protestos em uma semana, e decidir se eles irão ou não ser levados a julgamento.

Nenhum comentário: